A SAÚDE DO CÃO
Como
identificar as doenças do cão?
Quando o funcionamento normal do
organismo é subitamente perturbado, os animais apresentam alterações visíveis
no corpo ou no comportamento.
As causas das doenças são muito
diversificadas. Podem ser de origem externa como o calor, o frio, a humidade,
as bactérias e os parasitas, existindo ainda doenças genéticas e doenças
psíquicas (comportamento).
Os vários tipos de doença terão
consequências diferentes. O tipo de evolução das doenças divide-se entre agudas
(que surgem subitamente) e crónicas (cuja progressão é lenta e insidiosa). A
observação do cão doente e as informações prestadas pelo dono sobre os sintomas
observados servem para a identificação da doença (diagnóstico). Uma vez
identificada a doença, determina-se qual o tratamento a aplicar (terapia).
O exame do cão
Para identificar as alterações do
estado de saúde dos cães é necessário conhecer os sinais normais dos animais.
Compreender o que se passa com o cão é muito importante, baseando-se naquilo
que consegue ver, cheirar e ouvir. Só pode obter um conhecimento mais exaustivo
ao examiná-lo.
O proprietário deve conhecer e
compreender os vários estados de espírito e as alterações de comportamento.
Assim, estará mais alerta sensível às mudanças que ocorram.
Ao examinar o cão, deve anotar as
observações, mantendo um registo dos resultados e levá-lo ao veterinário quando
necessário. Usar o seguinte guia para o exame.
O que deve
ser observado:
v Ouvir os
sons que ele faz;
v Observar as
suas actividades e movimentos;
v Cheirar o
animal;
v Controlar a
frequência cardíaca e respiratória;
v Verificar a
cor das gengivas;
v Beliscar a
pele na parte de trás do pescoço;
v Examinar os
olhos, as orelhas, o nariz e a boca;
v Examinar a
cabeça e o pescoço;
v Examinar o
corpo e os membros, incluindo patas e unhas;
v Examinar a
cauda, ânus, vulva e tecido mamário, pénis, escroto e prepúcio;
v Examinar a
pele e a pelagem;
v Observar as
alterações gastrointestinais;
v Controlar
os seus hábitos de higiene;
v Controlar a
actividade alimentar e de bebida;
v Pesar.
O que é normal no cão:
Temperatura (rectal): 38,9±0,5 C
Frequência respiratória: 18-34/min.
Pulsação: 70-120/min.
Gestação: 58-72 dias
Puberdade: 5-24 meses
Cios: 1º cio, entre os 6 meses e os 14 meses de idade
Duração do estro:2-21 (média 6-12)
1. A alimentação do cão
1.1 Escolha da alimentação
A escolha
do tipo de alimentação caseira ou comercial, deve ser feita com base nas
vantagens e desvantagens que oferece. A maioria dos donos, prefere as recções
comerciais devido à facilidade de aquisição, conveniência, ao seu custo,
composição e qualidade. No caso de a escolha recair sobre uma dieta caseira,
deve ter-se a certeza que se está a administrar uma ração completa e
equilibrada no que diz respeito aos ingredientes e nutrientes a incorporar em
cada refeição.
1.2 O que é uma dieta equilibrada?
Considera-se
que uma dieta é equilibrada, quando um animal, ao consumir a quantidade de
alimento necessário para satisfazer as suas necessidades energéticas, satisfaça
igualmente as suas necessidades metabólicas relativas aos demais nutrientes.
Como é
evidente, as necessidades em nutrientes e em energia variam de acordo com a
idade, nível de actividade e estado reprodutivo dos animais (gestação,
lactação), ambiente, estado de saúde e raça.
1.3 Regime alimentar
Cada um
destes métodos tem vantagens e desvantagens, e deverá ser o dono a escolher o
que melhor se adequa ao seu tipo de vida, número de cães que possui e ao que o
cão melhor se adapte.
Convém
consultar sempre o médico veterinário para a escolha do regime e do tipo de
alimentação mais adequados. Embora algumas pessoas possam optar pela
alimentação em regime ad libitum, o
mais frequente é a alimentação com porções de alimento pré-definidas, variando
consoante a fase da vida dos animais.
Evite dar
“guloseimas” durante o dia, pois poderão tirar o apetite ao cão. As
“guloseimas” não têm qualidade para substituir uma refeição normal. Alimentar
um cão é fácil e prático. Basta seguir as orientações do Médico Veterinário e
escolher a maneira que melhor se adequa à rotina familiar.
1.4 Problemas mais frequentes com o comportamento
alimentar
ü O cão não
come;
ü O cão come
muito (bulimia);
ü O cão
ingere substâncias não comestíveis (picacismo);
ü O cão come
excrementos (coprofagia).
Para a resolução destes problemas
deve aconselhar-se a consulta do Médico Veterinário.
1.5 Alimentação dietética preventiva em cães
A nutrição
assume uma importância crescente na prevenção de doenças dos animais de
companhia, tendo também um papel fundamental como complemento da terapêutica
médica. Nalguns casos, e apenas com um suporte nutricional adequado,
verifica-se a melhoria dos sinais clínicos, bem como a melhoria do bem-estar e
da qualidade de vida dos animais com sensibilidades específicas.
1.6 Casos que necessitam de alimentação dietética
preventiva
è Pele
sensível;
è Digestão
sensível;
è Articulações
sensíveis;
è Excesso de
peso;
è Envelhecimento.
2. o cão de caça
Durante a época de caça é importante os donos estarem informados e atentos a questões fundamentais de maneio e saúde dos cães:
2. o cão de caça
Durante a época de caça é importante os donos estarem informados e atentos a questões fundamentais de maneio e saúde dos cães:
- Vacinação e identificação: A vacinação deste tipo de cães é de extrema importância, dado o elevado grau de exposição destes animais aos mais variados agentes patogénicos. Actualmente também é obrigatória a identificação electrónica dos cães, através da colocação de um microchip. É conveniente que a vacinação esteja completa cerca de um mês antes do período da caça, de forma a garantir a resposta imunitária do animal.
- Desparasitação interna e externa
- Recuperação do esforço: O exercício da caça é fisicamente desgastante para os animais. Nesta altura faz todo o sentido uma alimentação adequada e uma boa suplementação nutricional. Produtos aconselhados: Pet-Phos Chien Sportif, Nutri-cal, Nutri-Plus gel, Revital-Aid, Sofcanis.
- Cuidados com os membros: O exercício da caça é fisicamente desgastante para os animais. Nesta altura faz todo o sentido uma alimentação adequada e uma boa suplementação nutricional. Produtos aconselhados: Pet-Phos Chien Sportif, Nutri-cal, Nutri-Plus gel, Revital-Aid, Sofcanis.
- Kit de primeiros socorros: Vários acidentes podem ocorrer na
caça, pelo que os caçadores devem levar consigo um kit de primeiros socorros
para os cães com: compressas: solução
desinfectante (iodopovidona ou clorohexidina); pomada cicatrizante ;
Hemostático (ex. stop up); água oxigenada; carvão activado; adesivo;
termómetro.
3. O CÃO SÉNIOR
O aumento da esperança de vida dos
animais de companhia traz um relevo cada vez maior à geriatria veterinária, que
se assume como uma área de crescente intervenção médica e farmacêutica.
Em média, consideram-se idosos os
cães com idade superior a 8 anos. Os
cães de raças grandes envelhecem mais rapidamente, pelo que o limite são os 6
anos. No caso dos cães de raça pequena, a longevidade e maior, e muitos só
entram na “3ª idade” aos 12 anos.
Os cães seniores necessitam de
cuidados específicos dada a sua maior sensibilidade. O envelhecimento dos
órgãos susceptibiliza-os a doenças “próprias da idade”, mas graças à evolução
da medicina e da nutrição, actualmente já é possível prolongar a sua saúde e o
seu bem-estar.
As consultas veterinárias deverão ser
mais frequentes nesta fase. Recomenda-se a realização de um perfil analítico
geriátrico de 6 em 6 meses, que inclua análises sanguíneas, Rx torácico e
electrocardiograma. O diagnóstico precoce das doenças é um factor decisivo no
sei tratamento.
3.1 Alimentação
É talvez
dos factores mais importantes de saúde do cão sénior, privilegiando uma boa
condição corporal e ajudando a prevenir as doenças relacionadas com a idade. O
alimento adequado será aquele com proteína seleccionada, baixo teor de sal e
rico em antioxidantes.
3.2 Higiene
A pele
perde algumas das suas características, tornando-se mais sensível e
desprotegida. Os banhos deverão ter a frequência máxima de um por mês e o
champô deverá respeitar a saúde da pele. A frequência da limpeza dos olhos e
dos ouvidos poderá ser aumentada.
3.3 Doenças Mais Comuns
.
ᵜ
Diabetes;
ᵜ
Artroses;
ᵜ
Insuficiência Cardíaca;
ᵜ
Insuficiência Renal;
ᵜ
Calcificações vertebrais e Hérnias discais;
ᵜ
Cataratas;
ᵜ
Envelhecimento Cerebral;
ᵜ
Doenças orais.
4. O CACHORRO
Os cuidados
básicos com os cachorros contribuem de forma decisiva para um crescimento saudável.
4.1 Cuidados médicos:
·
Vacinação;
·
Desparasitação Interne e externa;
·
Suplementos nutricionais
5. HIGIENE ORAL
A higiene
oral dos cães assume um papel de importância crescente na prevenção das doenças
estomatológicas. Os cães de raça pequena são frequentemente afectados, devendo
se alvo de especial atenção por parte dos proprietários.
5.1 Quais os sinais mais visíveis das doenças estomatológicas?
ü Halitose;
ü Tártaro;
ü Gengivite;
ü Alterações
na preensão e mastigação;
ü Levar as
patas à boca;
5.2 Quais as causas das doenças estomatológicas?
A
combinação das bactérias com a saliva e os restos de comida origina a placa
bacteriana. A placa bacteriana é o substrato mais importante para o
desenvolvimento da doença estomatológica. Sem o devido tratamento, instala-se a
doença periodontal, que afecta os tecidos e estruturas de suporte dos dentes.
Em estado
avançado, a doença periodontal causa dor, disfunção, perda dos dentes e
complicações sistémicas. Uma boa higiene oral é o primeiro passo para evitar o
desenvolvimento da placa bacteriana e das doenças daí decorrentes.
5.3 Em que consiste uma boa higiene oral?
1.
Observar a cavidade oral do animal, verificando a
existência de algum dos sinais acima referidos.
2.
Escovar diariamente os dentes do animal, eliminando a
placa bacteriana.
3.
Alimentar o animal com uma dieta adequada, que promove
a limpeza dos dentes durante a refeição.
Actualmente
existem escovas e pastas desenvolvidas especialmente para estes animais. A
utilização de pastas dentífricas de uso humano está desaconselhada, pois podem
causar distúrbios gástricos, uma vez que os cães não são capazes de as cuspir.
A utilização de snacks de higiene oral é também um complemento.
5.4 Produtos mais utilizados
Pastas: Arquifresh Kit Dental,
Orozyme gel.
Snacks:
Orozyme Snack, Prozyme Canin XL, Dentisan.
6. DIROFILARIOSE CANINA
É uma
doença parasitária característica dos cães, podendo também afectar os gatos. O
parasita responsável é um nemátodo, a Dirofilaria
imitis, também conhecido como parasita do coração.
6.1 Como se transmite
A
transmissão faz-se através da picada dos mosquitos fêmea da espécie Culex pipiens. Os mosquitos ao ingerirem
o sangue do cão infectado, ingerem igualmente as formas larvares imaturas do
parasita, conhecidas como microfilárias. Após a ingestão das microfilárias pelo
mosquito, estas transformam-se em larvas infectantes em cerca de 10-15 dias
dentro do mosquito.
Ao picar
outro cão não infectado o mosquito transmite as larvas que penetram no corpo do
animal. Estas migram no corpo do cão até às artérias pulmonares e ao coração,
onde se desenvolverão até ao estado adulto. Este processo demora até cerca de 6
meses. Os cães doentes são o principal reservatório da dirofilariose.
6.2 Como se pode diagnosticar a dirofilariose?
O
diagnóstico pode ser feito de várias formas. Uma é através de um esfregaço de
sangue, observado ao microscópio, para tentar detectar a presença de
microfilárias. Outra forma, é através da recolha de uma amostra de sangue para
detectar a presença de antigénios de parasitas adultos.
Este teste
só deve ser efectuado cerca de 6-7 meses após a infecção.
6.3 Sintomas
Os principais sintomas do cão com
dirofilariose são:
v Tosse;
v Falta de
ar;
v Emagrecimento;
v Cor escura
da língua;
v Intolerância
ao exercício.
Quando a
insuficiência cardíaca já se instalou, pode ocorrer falência do fígado e dos
rins, podendo surgir aumento de volume abdominal e líquido nos pulmões. A tosse
geralmente é crónica. Naturalmente que o diagnóstico só é possível quando
efectuado pelo médico veterinário, através da observação do animal e da
realização de testes complementares.
6.4 Tratamento
A maioria
dos animais afectados pela doença pode ser tratada com sucesso. O tratamento é
complexo e dispendioso, não sendo isento de riscos para o animal. Contudo cabe
ao médico veterinário elaborar um protocolo de tratamento em função da
gravidade do caso. É sempre preferível fazer a prevenção.
6.5 Como se pode prevenir a doença?
A prevenção
pode ser feita com medicação, que deve ser iniciada com alguma antecedência em
relação ao início da época de actividade dos mosquitos transmissores da
dirofilariose. Estes tratamentos têm como objectivo a eliminação das formas
larvares da dirofilaria transmitidas pelos mosquitos, evitando que estas
evoluam para parasitas adultos. Estes tratamentos profilácticos não evitam que
os mosquitos piquem os cães, o que pode ser minimizado através do recurso a
coleiras.
Existem no
mercado vários medicamentos capazes de desempenhar um papel importante na
prevenção da dirofilariose, salientando-se os que se podem aplicar na pele dos
animais funcionando como repelentes dos mosquitos.
Nemátodos
|
Céstodos
|
Dirofilária
|
Outros
|
|
ADVOCATE
|
X
|
X
|
Pulga
|
|
HEARTGUARD
|
X
|
|||
INTERCEPTOR
|
X
|
X
|
Sarna
|
|
MILBEMAX
|
X
|
X
|
X
|
|
STRONGHOLD
|
X
|
X
|
Pulga
|
7. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CANINA
A
Insuficiência Cardíaca Canina é uma situação patológica e várias doenças do
coração, que afecta cerca de 25% dos cães com mais de 7 anos.
7.1 Causas
Ø Endocardiose
ou insuficiência da mitral: alteração da estrutura da válvula mitral, que
impede o correcto bombeamento do sangue para fora do coração;
Ø Cardiomiopatia
dilatada: o coração perde a capacidade de bombear o sangue eficazmente. Com o
tempo as paredes dilatam e tornam-se finas, havendo compromisso da contracção
ventricular.
7.2 Sinais
Tosse,
intolerância ao exercício, mucosas cianóticas, diminuição do apetite, perda de
peso, taquipneia, lipotimias, ascite.
Os cães com
insuficiência cardíaca em estado avançado, podem ainda sofrer de outras doenças
decorrentes do mau funcionamento do coração, tais como a insuficiência renal.
7.3 Diagnóstico
è Auscultação:
permite detectar anomalias nos sons cardíacos. Os sopros cardíacos, são o
primeiro resultado da alteração da estrutura cardíaca;
è Rx
torácico: permite examinar os pulmões e avaliar o tamanho e a forma do coração;
è Electrocardiograma:
permite determinar a frequência cardíaca e os ritmos cardíacos anormais;
è Ecocardiograma:
permite determinar o tamanho das câmaras e a espessura das paredes cardíacas;
è Análises
sanguíneas: permite avaliar a função renal e hepática, pois são as mais
afectadas, secundariamente, nesta patologia.
A
combinação dos resultados destes exames complementares, permite o diagnóstico
correcto da função cardíaca do animal.
7.4 Tratamento
O
tratamento é prescrito pelo médico veterinário, após diagnóstico definitivo.
Não há cura para a insuficiência cardíaca, mas com a terapêutica médica e
nutricional adequada, podemos melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos
animais afectados.
São usados
fármacos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), antagonistas
da aldosterona, digitálicos, inodilatadores e diuréticos. Os cães afectados com
esta patologia, deverão fazer uma alimentação com redução de sal e deverão ser
suplementados com a taurina, I-carnitina e antioxidantes.
7.5 Medicamentos mais utilizados
Banacep, Enacard, Fortekor,
Prilactone, Prilenal, Prilium, Vasotop, Vetmedin.
Suplementos nutricionais:
Omnicardio.
7.6 Conselhos para o utente
Ø O
diagnóstico precoce permite uma melhor resposta do animal ao tratamento prescrito,
pelo que se recomenda um “Check-up” regular, sobretudo em animais mais velhos;
Ø O
cumprimento do esquema de medicação é fundamental para a estabilização da
função cardíaca;
Ø É
fundamental a alteração da alimentação do animal para uma dieta adequada;
Ø Qualquer
agravamento do estado de um animal medicado é indicativo da necessidade de um
novo ajuste da medicação.
8. INTOXICAÇÃO DO CÃO POR LAGARTA DO PINHEIRO
A Lagarta
do Pinheiro, também conhecida por “Processionária” é uma larva que parasita os
pinheiros, sendo responsável por danos importantes nestas árvores, bem como por
efeitos muito nocivos nas espécies animais que com ela contactam.
8.1 Ciclo de Vida
O seu ciclo
de vida desenvolve-se ao longo de todo o ano, sendo de salientar duas fases:
uma na copa dos pinheiros e outra no solo. Entre Fevereiro e Maio as lagartas
descem das árvores para se enterrarem no solo, caminhado umas atrás das outras,
como se fosse uma procissão, daí o termos “Processionária”. Durante este
trajecto ocorre o contacto com os humanos e animais, sendo a Primavera a altura
mais perigosa.
8.2 Características patogénicas
Esta
lagarta tem á superfície milhares de pêlos urticantes, que funcionam como micro
agulhas, injectando na pele e mucosas dos animais a taumetopoína, uma toxina
responsável por reacções alérgicas muito graves. Nos humanos, a taumetopoína
causa irritação da pele, olhos e vias respiratórias, constituindo um problema
sério de saúde pública.
8.3 Espécies afectadas
Todas as
espécies animais são susceptíveis à intoxicação, no entanto, dada a sua
curiosidade natural, os cães sãos os mais afectados.
8.4 Sinais Clínicos
Os cães
lambem e mordem as lagartas, sendo por isso que os efeitos tóxicos se verificam
principalmente na pele e mucosas do nariz e boca. Os sinais são: edema e
cianose dos lábios e língua, macroglossia, hipersiàlia, sialorreia, prurido,
dor, edema das vias respiratórias e dispneia, blefarite, conjuntivite e
queratite, vómito.
Em casos
severos ocorre necrose e posterior queda dos lábios e da língua.
8.5 Tratamento
A
intoxicação por taumetopoína é uma emergência médica. O tempo que decorre entre
o contacto com uma lagarta e o início do tratamento é crucial para o sucesso
deste. A abordagem terapêutica é sintomática e tem como objectivo impedir as
lesões irreversíveis que conduzem à queda dos lábios e da língua e à cegueira.
A primeira
acção terapêutica é a lavagem das áreas afectadas com água corrente ou soro
fisiológico. O animal deverá ser encaminhado para o médico veterinário.
8.6 Medicamentos Utilizados
Toda a
medicação é injectável e com os animais hospitalizados. Utilizam-se
antibióticos, anti-histamínicos e corticosteróides.
8.7 Profilaxia
Destruição
dos ninhos nas copas dos pinheiros e eliminação das lagartas antes da migração
para o solo.
Evitar o
acesso dos animais a zonas do pinhal.
Evitar o
contacto dos animais com pinhas e ninhos contaminados.
9. LEISHMANIOSE CANINA
A
Leishmaniose é uma doença parasitária grave causada por um parasita
microscópico denominado Leishmania, que é transmitido ao cão pela picada de um
insecto semelhante ao mosquito, mas muito mais pequena (flebótomo). Esta doença
afecta ainda outros mamíferos, incluindo animais selvagens. A Leishmaniose é
uma zoonose, ou seja, pode transmitir-se ao Homem.
9.1 Como se manifesta?
Esta doença
tem um carácter crónico e debilitante dos animais. O sinal clínico mais comum é
a perda de pelo e a seborreia (caspa), em particular em redor dos olhos, nariz,
boca e orelhas. Com a evolução da doença o cão perde peso e desenvolve feridas
persistentes na pele, principalmente nas áreas de maior atrito e que contactam
com o chão quando o animal está sentado ou deitado.
O
crescimento exagerado das unhas e outra característica da doença e que, a
tornar-se evidente leva os proprietários a suspeitar da existência da infecção
nos animais. Problemas renais e hepáticos são frequentes em fase mais avançada
da doença.
9.2 Qual é a época de risco?
A
actividade dos flebótomos (insectos transmissores da doença) começa com o
início do calor, normalmente entre a Primavera e o Outono. Durante o Inverno,
os flebótomos encontram-se no estado larvar.
9.3 Qual é o período de incubação da doença?
O período
de incubação é muito variável, podendo ir de poucos meses até alguns anos,
embora em média possa aparecer entre 3-18 meses após a picada por flebótomo
infectado.
Alguns cães
são resistentes embora possam ser picados por flebótomos infectados, não
mostrando sinais de doença desde que se mantenham em boas condições. Pensa-se
que esta resistência será determinada por factores genéticos.
9.4 Como se diagnostica?
Para além
dos sintomas clínicos, utilizam-se técnicas laboratoriais que permitam detectar
o parasita ou a presença de uma resposta imunológica, podendo utilizar-se
várias técnicas em conjunto, a fim de reforçar o diagnóstico. Em zonas onde a
Leishmaniose canina é endémica, é importante submeter os cães a exames de
rotina para determinar se estão ou não infectados, contribuindo para um
diagnóstico precoce. A visita anual ao médico veterinário para a vacinação pode
e deve ser aproveitada para o fazer.
9.5 Tratamento
A
Leishmaniose não tem cura total, contudo o tratamento permite a remissão dos
sinais clínicos, podendo o animal ficar portador do parasita e ter recaídas
passados meses ou anos.
O
diagnóstico precoce é de extrema importância, pois o tratamento será tanto mais
fácil e de menor duração quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciada
a terapêutica adequada. Se a doença não for tratada e vigiada, leva à morte do
animal.
9.6 Prevenção
O primeiro país onde se começou a efectuar a vacinação
de cães contra a Leishmaniose é Portugal. O seu lançamento foi em Maio de 2011.
O protocolo vacinal a seguir será para animais com mais de 6 meses, no primeiro
ano uma primovacinação com 2 reforços e a partir daí, uma única dose de reforço
anual.
É obrigatório efectuar antes da vacinação um teste de
despiste de Leishmaniose.
10.OTITE EXTERNA DO CÃO
A otite é
um processo inflamatório do ouvido. Quando um animal tem uma otite produz-se
uma alteração do ouvido acompanhada de dor, por vezes com cheiro característico
e maior produção de cerume. O ouvido normal de um cão não apresenta odor e a
quantidade de cerume é pouca.
Os sinais
de alteração são normalmente: coçar as orelhas com as patas ou esfregar o
ouvido no chão, sacudir frequentemente ou balançar a cabeça ou ainda pendê-la
para um dos lados. Por vezes o animal chora ou tenta morder quando os donos o
pretendem acariciar perto da orelha, apresentando um cheiro desagradável nos
ouvidos.
As otites
internas, mais profundas, podem afectar o equilíbrio do animal que anda com a
cabeça inclinada para o lado do ouvido afectado.
10.1 Quadro clínico
As otites
podem aparecer em todos os cães, contudo as raças que têm orelhas longas e
peludas têm maior probabilidade de sofrer deste problema. Orelhas compridas e
caídas não permitem a circulação do ar, favorecendo a multiplicação bacteriana.
O excesso de pelos que algumas raças apresentam dentro dos ouvidos cria
condições favoráveis a esta ocorrência.
São várias
as causas das otites:
ᵜ
Infecciosa: causada por bactérias, e geralmente
acompanhada de pus.
ᵜ Parasitária: causada por ácaros (sarna). É muito comum
encontrarmos excesso de cera e o cão coça muito as orelhas.
ᵜ
Fungos: é similar à otite bacteriana, mas o tipo de
agente é outro.
ᵜ Seborreica: pelo excesso de produção de cera. A
acumulação desta secreção vai causar fermentação, o que leva ao mau cheiro e
posterior inflamação dos ouvidos.
10.2 Tratamento e profilaxia
Às vezes,
torna-se difícil de ser tratada e necessita de exames complementares como
colheita de secreção para análise e determinação do tipo de microorganismo e
antibiótico que deve ser usado (cultura e antibiograma). As otites quando não
são eficazmente tratadas desenvolvem um quadro crónico cada vez mais difícil de
ser resolvido.
O principal
cuidado consiste na limpeza do conduto auditivo externo, em particular da parte
mais profunda, tendo o cuidado de não lesar o tímpano. A frequência da limpeza
depende da raça do cão: nos cães das raças com orelhas levantadas, como o
Pastor Alemão, a limpeza deve ser mensal; enquanto nos cães de raças com as
orelhas caídas, como o Cocker Spaniel, a limpeza deve ser mais frequente (a
cada 10 dias).
Aconselha-se
a utilização de produtos apropriados para a higiene da orelha, como OTOCLEAN ou
VETRIDERME, solução auricular.
O
tratamento das otites deve ser efectuado após o diagnóstico médico veterinário
que deve prescrever o medicamento que mais se ajusta a cada situação.
Os
medicamentos para tratamento mais utilizados são: AURIZON, CONOFITE FORTE,
DEXORYL, ORIDERMYL, OTOMAX e PANALOG.
A
parvovirose é uma das doenças mais comuns dos cachorros, que, não sendo alvo de
intervenção precoce, conduz, invariavelmente à morte.
11.1 Causas
A
parvovirose é uma infecção viral provocada pelo vírus Parvovívus Canino. A transmissão é fecal-oral e o período de
incubação é de 7-14 dias.
11.2 Factores Predisponentes
è Idade: a
maioria dos cães afectados tem entre 6 semanas e os 6 meses de idade;
è Raça:
algumas raças são mais susceptíveis que outras, como são os casos dos
Rottweilers, Dobermans, Pastores Alemães, Labrador Retrievers e os Spaniel
Ingleses;
è Imunodepressão:
cachorros com grandes infestações parasitárias apresentam maior risco de
infecção;
è Falha na
vacinação: cachorros incorrectamente vacinados ou não vacinados têm maior
probabilidade de contágio.
11.3 Sinais
Os sinais
manifestados pela presença do vírus são: inapetência, vómito incoercível,
diarreia hemorrágica, perda de peso e prostração.
11.4 Diagnóstico
É realizado
a partir da história pregressa do animal e exame clínico médico-veterinário,
análises sanguíneas e análises das fezes para pesquisa do vírus.
11.5 Tratamento
A maioria
dos casos de Parvovirose requer hospitalização. O tratamento passa por
fluidoterapia agressiva, uma vez que uma das principais causas da morte dos
animais é a desidratação.
11.6 Profilaxia
v Vacinação
dos cachorros: a primovacinação deverá ser iniciada ás 6 semanas de vida e
reforçada ás 9 e ás 12 semanas. As raças mais susceptíveis deverão fazer pelo
menos ainda mais um reforço. Os cães adultos são vacinados anualmente.
v Limpeza e
desinfecção das instalações: o parvovírus canino é um vírus muito resistente ao
ambiente e altamente contagioso, porém a sua eliminação é bastante eficaz com o
uso de lixívia em solução 130.
11.7 Medicamentos mais utilizados
o Antieméticos;
o Antiácidos
para reduzir as náuseas;
o Antibióticos
de largo espectro para evitarem séspsis e endotoxémia;
o Analgésicos.
A
parvovirose afecta o sistema gastrintestinal, pelo que o tratamento pressupõe o
completo restabelecimento dos órgãos envolvidos. Até à recuperação completa, os
animais não ingerem alimentos ou água. Toda a medicação realizada é feita sob a
forma de injectáveis.
Bibliografia
www.globalvet.com, 2008
ONLEISH. (2012). Leishmaniose Canina. Obtido de
ONLHEISH, Observatório Nacional das Leishmanioses:
http://www.onleish.org/index.php?article=25&visual=3
levei o meu cão ao veterinário que lhe vaticinou uma gastroenterite,foi medicado com antibiótico para a febre pois estava a 40,fosforogel para o estomago,um dia depois já comeu uma canjinha de frango,masno dia seguinte folta a não querer comer,que faço?
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