1. Cólicas em equídeos
As cólicas são afecções muito
comuns em Equídeos, afectando equinos, asininos e muares. Caracterizam-se por
uma dor abdominal muito forte e colocam em risco a vida do animal, sendo
consideradas emergências médicas.
Alimentares
·
Alteração
da alimentação;
·
Ingestão
de água muito fria;
·
Diminuição
da ingestão de água;
·
Ingestão
de terra ou areia.
Não alimentares
·
Parasitismo;
·
Enterite;
·
Patologia
oral;
·
Alterações
climáticas;
·
Patologia
subjacente.
1.2. Tipos de cólicas
Espasmódicas: por contracção violenta da musculatura
intestinal.
Flatulentas: por acumulação de gás resultante da ingestão de
alimento fermentescível.
Obstrutivas: por obstrução mecânica ou impactação. O volvo
intestinal é das cólicas obstrutivas mais graves.
1.3. Sinais
- Ansiedade e inquietação (os animais raspam o chão, levantam-se e deitam-se frequentemente, rebolam no chão, olham o flanco, rangem os dentes e batem com a cabeça);
- Sudação;
- Taquicardia;
- Posição de defecação;
- Anorexia;
- Diarreia ou copróstase;
- Depressão.
1.4. Diagnóstico
As cólicas são emergências médicas. Na suspeita de uma
cólica, o Médico Veterinário deverá ser chamado de imediato. O diagnóstico é
feito com base no exame clínico e em exames complementares de diagnóstico.
1.5. Profilaxia
Alimentação correcta, em quantidade e em qualidade, adequada
à actividade do animal. Refeições a horas certas. Exercício físico moderado e
regular.
1.6. Tratamento
Os animais devem ser colocados à sombra e estimulados a
caminhar a passo. Deve retirar-se a comida e a água.
O tratamento médico tem como objectivos o controlo da dor, a
evacuação do tracto digestivo e o restabelecimento da fisiologia intestinal.
O Médico Veterinário poderá recorrer à fluidoterapia, à
utilização de sondas esofágicas e ainda à sedação, nos casos em que tal se
justifique.
Os episódios mais severos, ou os que não respondem ao
tratamento médico têm indicação cirúrgica.
1.7. Produtos mais
utilizados
- Analgésicos e Anti-Inflamatórios: Vetalgin, Finadyne, Meflosyl 5%, Niglumine, Romefen.
- Lubrificantes: parafina, óleo mineral.
- Espasmolíticos: Prifidiar.
- Restabelecedores: Indigest.
2. Perda de peso em
cavalos
A perda de peso nos equídeos é um problema clínico complexo
que merece especial atenção, pois pode ser um indicador de doença.
2.1. Causas
Nutrição desadequada: o aporte energético e nutricional
diário deverá ser adaptado não só à actividade básica do animal, mas também ás
necessidades específicas como a gestação, a lactação e o trabalho.
Ingestão insuficiente: os animais não ingerem a quantidade de alimento necessária, devido a:
- Más condições do alimento (alimentos estragados, com bolor, etc.) e da água (água suja, muito quente ou muito fria, ou em pequena quantidade);
- Patologia locomotora, que impeça o acesso do animal ao alimento;
- Doenças que dificultam a preensão, a mastigação e a deglutição (paralisia da faringe, laceração da língua, corpo estranho na faringe).
Mastigação deficiente: diminui a digestibilidade dos
alimentos e a sua consequente absorção.
Diminuição da absorção intestinal: úlceras gástricas, infecções gastrintestinais, doenças inflamatórias do intestino, neoplasias, parasitismo, obstruções linfáticas e afecções cardíacas contribuem para uma má absorção nutricional.
Doenças sistémicas: insuficiência hepática e renal, glomerulonefrites, hiperlipidémia, pleurisia, peritonite e doenças endocrinológicas estão muitas vezes na origem da perda de peso.
Intoxicações: intoxicações crónicas endógenas ou exógenas são também responsáveis pela perda de peso.
2.2. Sinais associados
Alguns sinais são fortemente sugestivos de doença grave, pelo
que a consulta Médico Veterinária assume aqui um carácter de urgência:
·
Perda
de peso associada a mau estado geral, sobretudo em animais mais velhos;
·
Anorexia
prolongada, completa ou parcial;
·
Diarreia,
edema, febre, desidratação;
·
Claudicação
com suspeita de laminite.
2.3. Conselhos ao utente
Desparasitar: o parasitismo é a causa mais
frequente de perda de peso. A desparasitação correcta é o primeiro procedimento
a adoptar.
Rever a alimentação: fornecer um alimentos equilibrado e
adequado ás necessidades nutricionais reais do animal. A água limpa e fresca
deverá estar sempre á disposição. Os alimentos deverão ser armazenados e
fornecidos em boas condições de higiene.
Verificar o estado da
boca e dos dentes: boca
e dentes em mau estado conduzem a preensão e mastigação deficientes. Os dentes
deverão ser limados periodicamente.
Suplementar: a suplementação nutricional e
electrolítica é benéfica para o restabelecimento do animal.
3. O Burro
O burro (Equus asinus)
está desde sempre associado ás zonas rurais e ao trabalho do campo. O
conhecimento de algumas características e do maneio adequado permitirá o melhor
aconselhamento dos proprietários da farmácia.
3.1. Maneio e alojamento
Os burros têm uma esperança média de vida de 30 anos. Demoram
cerca de 3-4 anos até completarem o crescimento, pelo que até esta idade não
deverão ser sujeitos a cargas, pois o risco de deformações ósseas é elevado.
Recomenda-se um regime de semi-estabulação, que permita livre
acesso ás pastagens nos meses mais quentes. O espaço é também importante para
permitir os movimentos e o estabelecimento de relações sociais. No exterior é
necessária a existência de abrigos e sombras. Quando estabulados, deverá haver
o cuidado de manter as camas limpas, secas e confortáveis.
3.2. Alimentação
Dada a sensibilidade gastrintestinal dos equídeos, a
alimentação deverá ser controlada, de forma a minimizar o risco. Assim
pretende-se que as refeições sejam feitas a horas certas, pelo menos duas vezes
por dia e as alterações da alimentação sejam graduais.
As necessidades alimentares variam com a idade e a actividade
a que estão sujeitos. A base da alimentação deverá ser composta por ração e
feno de boa qualidade. A palha seca deverá ser evitada, pois aumenta o risco de
cólica, bem como alimentos estragados e restos de comida.
A água deverá ser limpa e fresca e sempre á disposição.
A maturidade sexual é alcançada aos 1,5-2 anos. A idade ideal
para a primeira gestação é aos 3-4 anos. A gestação tem a duração de cerca de
12 meses. São raras as gestações gemelares.
As crias deverão ingerir o colostro logo após o nascimento. O
desmame ocorre por volta dos 6 meses.
3.4. Cuidados médicos
Ø Desparasitação: início aos 2 meses de
idade. Idealmente deverá ser feito um exame coprológico para avaliar a
necessidade das desparasitações.
Medicamentos mais utilizados: Equest,
Equest pramox, Eqvalan, Eqvalan Duo, Strongil.
Ø Limpeza e corte dos cascos:
frequentes, de forma a manter a saúde dos membros.
Ø Exame da boca e dos dentes: as
doenças orais e dentárias são dos principais tipos de patologia que afectam
estes animais. O tratamento dos dentes deverá ser feito sempre que necessário.
Ø Higiene: dos olhos, nariz e feridas,
de forma a evitar a contaminação por larvas de moscas.
Bibliografia:
www.globalvet.com, 2008
Eu queria saber qual a medicações indicado para cólica de burros?
ResponderEliminarQuero saber qual medicamentos deve ser dado a um burro com dor de barriga????????
ResponderEliminarQual medicamento devo dar pro meu burro parar a diarreia??
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